Pesquisa
mostra que quase metade das famílias estão diminuindo gastos com lazer, o que
inclui o inevitável lanchinho que acontece no final de cada programa. Mercado
cria alternativas para conciliar orçamento apertado e os passeios das férias
As
férias chegaram e, livre das obrigações escolares, a meninada só quer
saber de passear. No final de cada programa, tem sempre o tradicional
lanchinho. Mas o momento econômico está exigindo cautela nos gastos, e as
famílias estão precisando de criatividade para equilibrar o orçamento de casa,
à alta dos preços, sem prejuízo do lazer dos filhos.
De
acordo com dados da consultoria CDE – especializada no comportamento das
classes C,D e E-, 59% das famílias das 200 que foram entrevistadas com rendas
entre R$1,5 mil e R$ 2,5 mil cortaram os gastos com refeição fora de casa nos
últimos seis meses. O lazer também foi resultado de cortes por quase 49%
das famílias.
A
empregada doméstica, Ana Cláudia Machado, procura fazer passeios em locais
abertos ao público com seus dois filhos. “Durante a semana,
em casa, libero televisão, o videogame. E aos finais de semana, nós vamos aos
parques ou vamos para a casa dos parentes. Também vamos ao zoológico ou Parque
Mutirama, cuja entrada é mais acessível”, explica ela que é mãe de Danilo e
Daniele, respectivamente, com 8 e 11 anos.
Mesmo
assim, ela reconhece, é difícil sair com as crianças sem gastar nada. “Tem
sempre o lanche, ainda que seja uma pipoca”, diz. De olho neste momento do
público, empresas já têm se ajustado para continuar a atender aos consumidores.
A Fast Açaí, por exemplo, franquia de alimentação saudável, criou o Açaí Baby,
uma porção com menor quantidade e preço mais acessível. Com 120ml, custa R$ 5,
mais em conta que o pequeno, que custa R$ 8 com 240ml.
“Criamos
este item para atender a classe econômica, mas ele acabou sendo também uma
alternativa para todo consumidor que precisa economizar”, avalia o gerente de
franquias, Vilmar Tavares. Nos bairros mais populares, o tamanho baby
corresponde a ¼ das vendas de açaí; já nos setores mais centralizados, 15%.
Para
o especialista em planejamento financeiro pessoal, o administrador
Maurício Vono, que dá cursos e treinamentos na área, o que mais atrapalha
o orçamento e o controle financeiro é a falta de planejamento. “É o que sempre
digo, ninguém tropeça em pedras grandes, mas nas pequenas, nos gastos não
planejados, nas contas que não são frequentes.”
De
acordo com ele, o ideal é já adquirir o hábito do planejamento para, quando as
férias chegarem, não haver aperto. “Quem define algumas metas e
prioridades aproveita o momento com mais qualidade de vida, sem descontrole ou
exageros”. Confira cinco dicas
que ele dá para quem não quer extrapolar o orçamento nas férias:
1 - Defina o quanto será gasto
Uma
forma de não se apertar é definir previamente o valor que pode ser gasto dentro
do período de férias, que geralmente é de um mês
2 - Peça a opinião da família
Nada
melhor que consultar quem vai aproveitar do momento como será definida as
férias. Entenda o que deixa as crianças ou adolescentes felizes, as atividades
que dão mais prazer a eles. Se não dá para viajar, atividades simples como
ir ao cinema, clube, parques pode render boa diversão. Algumas são
gratuitas.
3- Defina de forma antecipada a diversão
Coloque
no papel o local, a data, a atividade e o valor. Além da estimativa de quanto
será consumido no passeio. Uma forma de se organizar é consultar os cadernos
culturais de jornais que sempre antecipam o calendário de eventos da cidade.
4 - Peça feedback dos passeios
Estimule
que os filhos contem o que acharam da experiência. Além de ter um feedback, se
o programa foi positivo, este momento acaba sendo um reforço nas boas memórias
e nos vínculos.
5 - Estimular a atividade física
Uma
outra sugestão é incluir nessa rotina de férias as brincadeiras que envolvam
atividade física como jogar bola, brincar no parque, pular corda. Por que não
ensiná-los as brincadeiras da infância do pai, questiona o consultar. “Além de
ser bom para o bolso, é uma forma de zelar pela saúde deles”, explica.
Sobre a Fast Açaí
Da iniciativa de
um grupo de amigos envolvidos com esporte e alimentação saudável que se reuniam
em casa para degustar o açaí produzido por um deles. O que era um hobby se
tornou um negócio próspero. Em 2012, em Goiânia nasceu a Fast Açaí, e no ano
passado o plano de expandir adotou o método de franchising. Atualmente, já são
67 lojas em funcionamento, distribuídas em Goiás, Bahia, Minas Gerais, Santa
Catarina, Ceará, Mato Grosso, além do Distrito Federal e em breve novas
unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins.