sexta-feira, junho 17, 2016

Desemprego motiva abertura de novas empresas no Brasil

Segundo o Sescon Goiás, conhecer as obrigações burocráticas é essencial, já que os primeiros dois anos de atividade são os mais difíceis para as micro e pequenas empresas brasileiras



            Com a taxa de desemprego acima dos 11%, abrir a própria empresa tem se mostrado uma alternativa viável para muitos trabalhadores brasileiros. Entre as modalidades mais procuradas, o Microempreendedor Individual (MEI) se destaca, principalmente, pela facilidade em formalizar o negócio e pelo custo reduzido de manutenção. Mesmo assim, antes de empreender, é preciso planejar e estar preparado para o período mais difícil de um novo negócio: os dois primeiros anos de vida.
            Em sete anos de existência, o programa MEI formalizou mais de 6 milhões empreendimentos em todo o país. A marca foi alcançada em abril deste ano, mas não é o único número que chama atenção. Somente entre janeiro e maio deste ano, 429,8 mil pessoas se tornaram microempreendedores individuais no país, segundo dados da Receita Federal do Brasil (RFB). O volume é 7,09% maior se comparado ao mesmo período do ano passado, quando a economia brasileira já apresentava sinais de retração.
            A evolução dos números pode estar relacionada à taxa de desemprego e a dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho, índices que só crescem desde o final de 2015, avalia o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Mario Berti.
             “Percebemos que a quantidade de novas micro e pequenas empresas em busca de orientação especializada cresceu, mas a longevidade desses negócios ainda preocupa. O maior problema é que as pessoas acham que basta abrir um novo negócio e sair vendendo, seja mercadoria ou serviços”, avalia. Na opinião de Berti, se não houver uma pesquisa antecipada das condições de mercado, como local, trânsito de pessoas e necessidades do consumidor, a abertura de um novo empreendimento pode se transformar em dor de cabeça ou, até mesmo, aumentar o impacto do desemprego com mais dívidas.

Pesquisa
            Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) aponta que 26,16% das micro e pequenas empresas fecham antes de completar dois anos de atividade, e entre elas, encontram-se os MEIs. Ainda segundo o IBPT, as principais causas de mortalidade são a falta de conhecimento do mercado e das regras para manutenção do empreendimento. “Antes de abrir uma empresa, é preciso estruturar um plano de negócios e, principalmente, conhecer as obrigações tributárias de cada modalidade”, ressalta o presidente do Sescon Goiás, Francisco Lopes.
            Os MEIs, por exemplo, precisam pagar até o dia 20 de cada mês o Documento de Arrecadação Simplificada (DAS). Os valores dependem da atividade exercida e oscilam entre R$ 45 e R$ 50. “A contribuição não é alta, mas muitos microempreendedores individuais atrasam o pagamento por falta de orientação ou por não estarem atentos às regras”, afirma Francisco. Segundo a Receita Federal, os MEIs inadimplentes somam 57,6% do total. O percentual se refere aos boletos que deveriam ter sido pagos em abril deste ano. Outro erro bastante comum é não conseguir separar claramente o caixa da empresa das finanças pessoais. 

Sobre o Sistema Fenacon Sescap/Sescon

            O Sistema Fenacon Sescap/Sescon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) congrega 37 sindicatos, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal, que representam mais de 400 mil empresas dessas áreas. A entidade tem se consolidado como legítima liderança na representação do setor de serviços, atuando diretamente no combate à alta carga tributária e na diminuição da burocracia, além de lutar por políticas públicas que garantam mais desenvolvimento às empresas brasileiras, sobretudo as micro e pequenas. Mais informações: www.fenacon.org.br.

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