Segundo
o Sescon Goiás, conhecer as obrigações burocráticas é essencial, já que os
primeiros dois anos de atividade são os mais difíceis para as micro e pequenas
empresas brasileiras
Com a taxa de
desemprego acima dos 11%, abrir a própria empresa tem se mostrado uma
alternativa viável para muitos trabalhadores brasileiros. Entre as modalidades
mais procuradas, o Microempreendedor Individual (MEI) se destaca,
principalmente, pela facilidade em formalizar o negócio e pelo custo reduzido
de manutenção. Mesmo assim, antes de empreender, é preciso planejar e estar
preparado para o período mais difícil de um novo negócio: os dois primeiros
anos de vida.
Em sete anos de
existência, o programa MEI formalizou mais de 6 milhões empreendimentos em todo
o país. A marca foi alcançada em abril deste ano, mas não é o único número que
chama atenção. Somente entre janeiro e maio deste ano, 429,8 mil pessoas se
tornaram microempreendedores individuais no país, segundo dados da Receita
Federal do Brasil (RFB). O volume é 7,09% maior se comparado ao mesmo período
do ano passado, quando a economia brasileira já apresentava sinais de retração.
A evolução dos
números pode estar relacionada à taxa de desemprego e a dificuldade em se
recolocar no mercado de trabalho, índices que só crescem desde o final de 2015,
avalia o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e
das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon),
Mario Berti.
“Percebemos que a quantidade de novas micro e
pequenas empresas em busca de orientação especializada cresceu, mas a
longevidade desses negócios ainda preocupa. O maior problema é que as pessoas
acham que basta abrir um novo negócio e sair vendendo, seja mercadoria ou
serviços”, avalia. Na opinião de Berti, se não houver uma pesquisa antecipada
das condições de mercado, como local, trânsito de pessoas e necessidades do
consumidor, a abertura de um novo empreendimento pode se transformar em dor de
cabeça ou, até mesmo, aumentar o impacto do desemprego com mais dívidas.
Pesquisa
Pesquisa
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) aponta
que 26,16% das micro e pequenas empresas fecham antes de completar dois anos de
atividade, e entre elas, encontram-se os MEIs. Ainda segundo o IBPT, as
principais causas de mortalidade são a falta de conhecimento do mercado e das regras
para manutenção do empreendimento. “Antes de abrir uma empresa, é preciso
estruturar um plano de negócios e, principalmente, conhecer as obrigações
tributárias de cada modalidade”, ressalta o presidente do Sescon Goiás,
Francisco Lopes.
Os MEIs, por
exemplo, precisam pagar até o dia 20 de cada mês o Documento de Arrecadação
Simplificada (DAS). Os valores dependem da atividade exercida e oscilam entre
R$ 45 e R$ 50. “A contribuição não é alta, mas muitos microempreendedores
individuais atrasam o pagamento por falta de orientação ou por não estarem
atentos às regras”, afirma Francisco. Segundo a Receita Federal, os MEIs
inadimplentes somam 57,6% do total. O percentual se refere aos boletos que
deveriam ter sido pagos em abril deste ano. Outro erro bastante comum é não
conseguir separar claramente o caixa da empresa das finanças pessoais.
Sobre o Sistema Fenacon Sescap/Sescon
O Sistema Fenacon
Sescap/Sescon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das
Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) congrega 37
sindicatos, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal, que representam
mais de 400 mil empresas dessas áreas. A entidade tem se consolidado como legítima
liderança na representação do setor de serviços, atuando diretamente no combate
à alta carga tributária e na diminuição da burocracia, além de lutar por
políticas públicas que garantam mais desenvolvimento às empresas brasileiras,
sobretudo as micro e pequenas. Mais informações: www.fenacon.org. br.
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