A busca por alternativas
sustentáveis tem crescido consideravelmente no contexto empresarial ao longo
dos anos. E no segmento da moda, o processo não tem sido diferente. O que se
percebe é o direcionamento de esforços para diminuir impactos causados no meio
ambiente, buscando espaços rentáveis para expandir a consciência verde.
De acordo com a professora do curso
de Design de Moda da Faculdade Estácio, Aline Hardman, a moda vai
além da criatividade, produção técnica e modos de vestir associados à cultura.
"Ela possui relações com sistemas mais abrangentes, tais como economia,
ecologia e sociedade, que podem mudar a maneira de ver, pensar e consumir
moda", explica.
A especialista considera que ser
sustentável nesse setor exige que os profissionais da área repensem inúmeros
detalhes no processo de produção, criação e uso de roupas e acessórios. “O
grande desafio é moldar os valores e crenças de que quantidade é qualidade, e
que sermos consumidores ávidos por tendências e novas coleções, sem uma visão
crítica e profunda do que compramos e se realmente precisamos, não fará
diferença para o futuro", acrescenta.
Os estilistas e marcas que abraçam
essa causa apostam em produtos mais exclusivos e duráveis, que quebram os
paradigmas ditados pelas tendências de moda. O reaproveitamento de peças que
aparentemente não servem mais, por exemplo, é o que inspira a aluna do curso de
moda da Estácio, Alessandra Ferreira, que com apenas 21 anos tem moldado o
projeto "Girubitina", sua futura marca de peças customizadas.
Alessandra sempre foi apaixonada por
trabalhos manuais e tem considerado o mercado fértil para comercialização. Ela
conta que o grande segredo para iniciar esse tipo de negócio é ter a
sensibilidade para misturar elementos que facilmente poderiam ser usados nos
dias de hoje. "Acho que as pessoas buscam lembranças da infância e gostam
de traduzi-las para a sua nova rotina. Utilizo cochas de fuxico, forros de
crochê, enfeites para estantes e muito mais, sem medo de ousar", relata.
A estudante iniciou esse projeto no
começo deste ano, durante a disciplina de Desenvolvimento de Coleção. Desde
então, já produziu roupas, ecobags, acessórios, bonecas de tecido e muito mais.
"Por enquanto, estou vendendo minhas peças pelas redes sociais e para
pessoas mais próximas, mas a ideia é expandir o negócio e alcançar cada vez
mais clientes adeptos a moda sustentável", explica Alessandra.
Sobre a iniciativa da aluna da
Estácio, Aline Hardman considera que este é o caminho para multiplicar a
ideia de consumo consciente. "Embora a sustentabilidade na moda tenha uma
história recente, ela demonstra um amplo potencial para promover uma ação
transformadora no mundo fashion e na sociedade. Devemos e podemos explorar
um mundo interligado com a natureza, conscientes que o 'florescimento humano'
está associado à sustentabilidade, não só por parte dos profissionais da área
de moda, mas também pelos próprios consumidores", conclui a professora.
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