Artista buscou inspiração na possível
extinção das abelhas e construiu uma nova obra de arte para
alertar a sociedade e incentivar o debate entre autoridades e imprensa.
Há algumas semanas,
o artista plástico goiano, Siron Franco, deu início à construção de sua nova
obra de arte, intitulada “O desaparecimento das abelhas”. A obra consiste na
plotagem de cerca de 2 mil abelhas em todo o prédio do Instituto Rizo, réplica
do Museu das Bandeiras da Cidade de Goiás, localizada na Avenida Cora Coralina,
Setor Sul, em Goiânia-GO.
A inspiração do
artista foi a notícia do desaparecimento de abelhas em vários países, com maior
índice na Europa e Estados Unidos, e que repercutiu em todo o mundo.
No evento de
lançamento, Siron Franco recebeu a imprensa “O objetivo é colocar em pauta
novamente um fato tão grave, que é o desaparecimento de insetos, sobretudo das
abelhas. Pouca gente sabe, mas o desaparecimento das abelhas tem um impacto
muito grande na agricultura. As pessoas costumam associar a abelha com o mel,
mas o mel é o que menos importa, do ponto de vista que ela ajuda toda a civilização
mundial porque ela afeta a agricultura. No mundo contemporâneo, é lançada uma
notícia, mas depois ela para de ser veiculada. Com essa instalação, estamos
colocando novamente essa discussão em evidência”, esclareceu Siron Franco.
A arte ficará
exposta por tempo indeterminado. Siron disse que a intenção é que as abelhas
permaneçam enquanto o material resistir (devido às condições climáticas) “As
abelhas com o tempo vão desaparecendo e é o próprio foco do que está
acontecendo na vida. Até o final do ano elas devem estar aí”. O artista ainda
espera uma reflexão maior dos cientistas e da sociedade sobre o assunto
“Acredito que a sociedade tem que pensar seriamente, os cientistas também,
sobre como a gente pode plantar sem defensivos agrícolas que afetem esses
insetos, porque nossa vida depende deles. A vida na verdade acontece no campo.
A nossa subsistência não vem da cidade e as pessoas não tem essa ideia. Então
aqui é um lugar de debate”, complementou.
Segundo Siron, a
partir deste projeto, outras causas serão levadas a público através da cultura,
utilizando o Instituto Rizo como sede para eventos, exposições de suas obras e
encontros culturais com debates para a sensibilização, envolvendo especialistas
e a comunidade. “A ideia é essa, trazer informação e especialistas como
Washington Novaes e apicultores para conversar com estudantes. Essa parede vai
ser sempre temática. Quando houver outro assunto, cria-se algo novo. Faço as
coisas com base naquilo que me toca, apenas se houver paixão, e a minha paixão
começou com as abelhas. Vamos fazer a sociedade saber também que o Instituto é
delas – crianças, adolescentes e adultos – pois a arte não tem idade”, finalizou.
O desaparecimento das abelhas
O fenômeno Colony
Colapse Disorder (CD – “desordem de colapso de colônias”, em inglês), que
despertou em 206 nos Estados Unidos, causou preocupação nos cientistas quando
aumentou a sua proporção no mundo e após a descoberta do vírus israelense de
paralisia aguda (IAPV, em inglês), que danifica o código genético dos insetos.
Segundo W. Ian
Lipkin, diretor do Centro para Estudo de Infecção e Imunologia na Mailman Schol
of Public Health, da Universidade de Columbia, e um dos principais autores do
estudo, não está comprovado que o único causador do CD seja o vírus. A
combinação de má alimentação, pesticidas e outros fatores, incluindo a
infecção, também podem ser os causadores do transtorno.
As abelhas são
importantes para a polinização de inúmeras espécies de plantas floríferas que
existem no mundo. Elas polinizam 71 das 10 colheitas que alimentam e vestem a
humanidade, segundo relatório da ONU de 2010. Entre essas culturas estão as de
amêndoas, frutas (incluindo cítricos), verduras, algodão, sementes de forrageiras,
como alfafa, e oleaginosas, como girassol e canola. Sem as abelhas, essas
plantas não terão como se reproduzir e sobreviver, comprometendo desde a
economia até a alimentação mundial.
Os Estados Unidos
foi um dos países mais afetados, com o desaparecimento de cerca de 50 bilhões
de abelhas, o que representa 40% das colmeias do país. Estima-se que as abelhas
façam uma polinização avaliada em US$ 15 bilhões por ano, “operando” no limite.
Metade das cerca de 2,5 milhões de colmeias no país é necessária para polinizar
plantações de amêndoas.
No Brasil, alguns
problemas já foram detectados. Apicultores de Santa Catarina relataram que um
terço das 30 mil abelhas do Estado desapareceram em 2012. Ainda não se sabe
como a queda da quantidade de abelhas comprometerá a produção alimentícia
mundial, portanto cabe o alerta para a prevenção da extinção desses insetos.
(Fonte de apoio: Portal de Notícias
Uol, Planeta Sustentável: editora Abril, e Revista Planeta: site Terra)
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