Especialista
explica como funciona esse movimento e
como ele tem sido
aceito no Brasil
Um novo conceito que promete marcar
essa geração, é o que a professora de Design de moda da Faculdade Estácio,
Fernanda Fleury, diz sobre Slow Fashion. Longe de ser um conceito efêmero, esse
termo, para moda, se trata de um movimento sustentável que vai na contramão da
produção em massa. Ele representa todas as coisas ('eco', 'ética' e 'verdes'),
misturando elementos fundamentais para a propagação do consumo consciente.
A especialista explica que esse
movimento foi criado pela inglesa Kate Fletcher, consultora e professora de
design sustentável do britânico Centre for Sustainable Fashion, inspirado no
movimento Slow Food. "Assim como em relação à nossa
alimentação, o slow fashion incentiva que tenhamos mais consciência dos
produtos que consumimos, avaliando a maneira como eles são produzidos e
valorizando nossas tradições", detalha.
De uma forma inspiradora e
diferente, a moda slow questiona a ênfase do fast fashion e dá lugar a
manutenção das roupas que já temos. Ela incentiva um modo de pensar, agir e consumir
que vão de acordo com os clássicos: “qualidade sobre quantidade” e “menos
é mais”. Contudo, Fernanda considera que esse modo de produção interfere no
preço das roupas. Ela explica que os valores geralmente são maiores porque
englobam recursos sustentáveis e salários justos. "Entretanto, se
pensarmos que esses produtos terão maior qualidade e durabilidade, veremos
que o investimento é vantajoso", justifica.
Para a professora da Estácio, é
possível perceber que este segmento tem atraído cada vez mais pessoas,
principalmente nas redes sociais, em especial no Instagram. Ela conta que
existe até um prêmio chamado Ecoera, que visa valorizar empresas de moda e
beleza que tenham os seus valores voltados pra economia sustentável. "No
Brasil, algumas marcas que trabalham com essa linha de produção são
Doisélles, Coletivo de Dois, Gioconda Clothing, Terra da Garoa, Karmen e
Anas. Em Goiânia, temos a Casulo Moda Coletiva, que trabalha com marcas como
Salamandra do Fogo, Naya Violeta e Artic", cita.
Sobre engajamento e criatividade
nesse processo, Fernanda tem como referência a marca brasileira e carioca
Svetlana, que trabalha com moda ética, sustentável e vegana. "A criadora
Mariana Lacia teve a ideia de trazer processos de produção sem nada de origem animal
para as terras tupiniquins depois de estagiar com uma das estilistas
inglesas mais influentes desse movimento, Stella McCartney, filha do músico
Paul McCartney. De volta ao Brasil, decidiu unir sua filosofia vegetariana com
design e moda, o que resultou no nascimento dessa marca mega bacana",
elogia.
"Mariana pensa em toda a cadeia
produtiva das suas roupas, sempre planejando de uma forma sustentável. Sua
marca se enquadra no conceito de slow fashion justamente por ser pensada de uma
forma mais consciente, valorizando peças conceituais e evitando cair em
modismos, que está associado ao consumo em massa", ressalta
Fernanda. Com coleções inspiradas no cinema, a marca trabalha
principalmente com estampas aplicadas em shapes simples e atemporais. "O
mais legal da Svetlana é que apesar de ter uma pegada europeia e referências
globais, ela conserva aquela cara colorida e carioca que todo mundo ama",
finaliza.
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