O animador Ricardo de
Podestá que dirigiu o curta-metragem Destimação concorre
no Anima Mundi, no Rio e em São Paulo. O principal festival de animação do
mundo vai indicar a peça vencedora ao prêmio máximo do cinema norte-americano.
Diante disso, existe uma possibilidade, mesmo que distante, de o primeiro Oscar
brasileiro ser de um goiano.
Destimação é
um dos dois filmes brasileiros a se classificarem para as mostras Generation
Kplus e Generation 14Plus, do Festival Internacional de Cinema de Berlim, que
começa no dia 7de fevereiro. Os curtas-metragens, que concorrem ao Prêmio Urso
de Cristal, serão avaliados por um júri de jovens com idades entre 11 e 14
anos. Foram selecionados 60 longas e curtas metragens de 36 países.
Podestá é sócio-diretor do
estúdio de animação e produtora audiovisual Mandra Filmes. De acordo com ele,
esta conquista demonstra o amadurecimento da animação brasileira e o
reconhecimento da área no exterior, um fato marcante para a animação do Estado.
“Apesar de a animação brasileira ter alguns problemas que precisam ser
resolvidos, como profissionalização e incentivo, a indicação só colabora para o
crescimento do mercado.”
Destimação já
participou dos festivais de Brasília, Internacional de SãoPaulo e Anima Mundi.
A obra foi produzida com recursos das leis municipais e estaduais de apoio à
cultura e apresenta imagens com texturas carregadas, rabiscadas e com bastante
contraste de luz. Os traços dos personagens são soltos e sem compromisso com as
formas. Os produtores começaram a produzir o curta-metragem em 2010, mas
tiveram que parar por falta de recursos.Terminaram de criá-lo no ano passado,
por meio de duas leis de incentivo, a LeiMunicipal de Incentivo à Cultura e a Lei
Goyazes.
As mostras Generation
Kplus e Generation 14Plus fazem parte da diversificada programação do Festival
de Berlim, que neste ano inclui, entre outras, Mostra Oficial, Panorama, Fórum
e Geração, destinada a crianças e adolescentes. De acordo com Podestá,
participar da seleção oficial do festival, com apenas dois curtas brasileiros
selecionados, é o reconhecimento da qualidade e da persistência do trabalho que
a produtora Mandra Filmes realiza em Goiânia.
O estúdio de animação
goiano já produziu sete curtas de animação, um documentário sobre o cartunista
goiano Britvs, um piloto para série de tevê em animação, bem como produções
para publicidade, teatro, vídeos institucionais e curtas co-produzidos. Em
2011, a produtora recebeu o prêmio de melhor filme goiano do Festival
Internacional de Cinema Ambiental (Fica), com o curta TamanduAbandeira.
Destimação é o encontro de um garotinho com um papagaio
ranzinza em um apartamento sujo e escuro. O papagaio é seduzido pelas belas
imagens de uma caixa de luz e atrapalha a convivência melancólica do recinto.
No desenrolar dos 13minutos da animação do goiano Ricardo de Podestá, estão
entrelaçadas questões como o tráfico de animais, os queridos bichinhos de
estimação e a solidão das pessoas que vivem em grandes centros urbanos. “Com
cenários bem rabiscados,utilizamos texturas pesadas e cores sujas.O curta foi
todo produzido em computação gráfica, exceto pelos concepts dos cenários e
personagens. Tem imagens com texturas bem carregadas e rabiscadas com contraste
de luz, e os traços dos personagens são soltos e sem compromissos com as
formas. As personalidades dos protagonistas também contrastam”, diz Ricardo.
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