Abordagem terapêutica
para tratamento intensivo de crianças com distúrbios neurológicos e diversas
síndromes tem proporcionado ganhos motores de pacientes antes estagnados
Atendendo pacientes com diversos
tipos de distúrbios neurológicos e síndromes, além de auxiliar também, pacientes
do espectro autista, o Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional (CGRN) é
referência no Centro-Oeste para a aplicação do Protocolo PediaSuit, uma
abordagem terapêutica com origem nas vestimentas de astronautas (Penguin Suit)
desenvolvidos pela Rússia em 1971.
“O Protocolo PediaSuit consiste em
uma modalidade terapêutica diferenciada na qual o paciente é atendido por
Terapia Intensiva associada à órtese corporal PediaSuit, que favorece o
alinhamento biomecânico, a propriocepção e a reorganização músculo-articular
que otimizam o controle postural e a função global. O programa de Terapia Intensiva PediaSuit é realizado pelo período
de quatro horas diárias por quatro semanas, seguido de duas semanas de
manutenção com seis horas semanais. Após a manutenção, o paciente deverá
voltar para a terapia intensiva por mais quatro semanas. A extensão e duração
do tratamento serão determinadas de acordo com a necessidade e tolerância de
cada um”, explica a fisioterapeuta e fundadora do CGRN, Silvana Vasconcelos.
Após morar por sete anos e meio nos
Estados Unidos, onde participou de treinamentos com o brasileiro Leonardo de
Oliveira, Silvana retornou à Goiânia em meados de 2013. Em 2015 inaugurou O
CGRN, que já mudou a história de muitos pacientes atendidos. “Temos um caso de
um paciente que fazia a terapia convencional de 30 minutos duas vezes por
semana e só andava com o andador. Com três semanas de protocolo, ele começou a
caminhar sozinho”, conta Silvana.
De acordo com ela, as crianças com
distúrbios neurológicos precisam de mais incentivo que as crianças comuns para
aprenderem suas tarefas mais básicas. “Para uma criança aprender
a correr ou andar de bicicleta ela faz repetições diárias, brincando de seis a
oito horas por dia. E por muitos anos não foi justo com os pacientes
neurológicos, que têm um déficit e precisam de mais treino para atender, fazer
sessões de 30 minutos duas vezes por semana. Eles não vão aprender. Por isso
diziam muito que terapia neurológica não dá resultado e sem a terapia intensiva
não dá mesmo”, desabafa.
História PediaSuit
O PediaSuit é um tratamento
intensivo com origem nas vestimentas de astronautas (Penguin Suit)
desenvolvidos pela Rússia em 1971, que neutralizava os efeitos nocivos da
ausência da gravidade, como perda de densidade óssea, alteração da integração
das respostas sensoriais, atrofia muscular, alteração da integração das
respostas motoras, alterações cardiovasculares e desequilíbrios homeostáticos.
O suit desenvolvido pelo programa espacial russo foi o primeiro passo para a
moderna “suit terapia”.
Ao longo dos anos, a tecnologia foi
compartilhada com profissionais da reabilitação, que perceberam que os efeitos
da ausência da gravidade eram semelhantes aos problemas físicos em pacientes
com paralisia cerebral e outras condições neurológicas. Por essa razão,
decidiram adaptar o suit para os tratamentos. O Protocolo PediaSuit é hoje o
mais moderno e foi aperfeiçoado por um brasileiro que mora nos Estados Unidos.
Leonardo de Oliveira é pai de Lucas, que teve paralisia cerebral quando criança
e, por isso, o pai desenvolveu o protocolo em conjunto com uma equipe de
profissionais terapeutas para aperfeiçoar os protocolos existentes até então.
Sobre o CGRN
O Centro Goiano de Reabilitação
Neurofuncional (CGRN) nasceu do sonho da fisioterapeuta Silvana Vasconcelos
após retorno dos Estados Unidos, onde fez mestrado e aprendeu o Protocolo
PediaSuit. Atualmente é referência no Centro-Oeste nos atendimentos com o
protocolo e promove treinamentos e palestras em vários estados do Brasil como
Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, e até em outros países, como
Bolívia. O espaço foi inaugurado em 2015 em Goiânia e conta com equipe de três
fisioterapeutas, uma terapeuta ocupacional, duas fonoaudiólogas e uma
psicóloga.
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