quinta-feira, março 03, 2016

Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional é referência no Protocolo Pediasuit

Abordagem terapêutica para tratamento intensivo de crianças com distúrbios neurológicos e diversas síndromes tem proporcionado ganhos motores de pacientes antes estagnados



            Atendendo pacientes com diversos tipos de distúrbios neurológicos e síndromes, além de auxiliar também, pacientes do espectro autista, o Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional (CGRN) é referência no Centro-Oeste para a aplicação do Protocolo PediaSuit, uma abordagem terapêutica com origem nas vestimentas de astronautas (Penguin Suit) desenvolvidos pela Rússia em 1971.
            “O Protocolo PediaSuit consiste em uma modalidade terapêutica diferenciada na qual o paciente é atendido por Terapia Intensiva associada à órtese corporal PediaSuit, que favorece o alinhamento biomecânico, a propriocepção e a reorganização músculo-articular que otimizam o controle postural e a função global. O programa de Terapia Intensiva PediaSuit é realizado pelo período de quatro horas diárias por quatro semanas, seguido de duas semanas de manutenção com seis horas semanais. Após a manutenção, o paciente deverá voltar para a terapia intensiva por mais quatro semanas. A extensão e duração do tratamento serão determinadas de acordo com a necessidade e tolerância de cada um”, explica a fisioterapeuta e fundadora do CGRN, Silvana Vasconcelos.
            Após morar por sete anos e meio nos Estados Unidos, onde participou de treinamentos com o brasileiro Leonardo de Oliveira, Silvana retornou à Goiânia em meados de 2013. Em 2015 inaugurou O CGRN, que já mudou a história de muitos pacientes atendidos. “Temos um caso de um paciente que fazia a terapia convencional de 30 minutos duas vezes por semana e só andava com o andador. Com três semanas de protocolo, ele começou a caminhar sozinho”, conta Silvana.
            De acordo com ela, as crianças com distúrbios neurológicos precisam de mais incentivo que as crianças comuns para aprenderem suas tarefas mais básicas. “Para uma criança aprender a correr ou andar de bicicleta ela faz repetições diárias, brincando de seis a oito horas por dia. E por muitos anos não foi justo com os pacientes neurológicos, que têm um déficit e precisam de mais treino para atender, fazer sessões de 30 minutos duas vezes por semana. Eles não vão aprender. Por isso diziam muito que terapia neurológica não dá resultado e sem a terapia intensiva não dá mesmo”, desabafa.



História PediaSuit
            O PediaSuit é um tratamento intensivo com origem nas vestimentas de astronautas (Penguin Suit) desenvolvidos pela Rússia em 1971, que neutralizava os efeitos nocivos da ausência da gravidade, como perda de densidade óssea, alteração da integração das respostas sensoriais, atrofia muscular, alteração da integração das respostas motoras, alterações cardiovasculares e desequilíbrios homeostáticos. O suit desenvolvido pelo programa espacial russo foi o primeiro passo para a moderna “suit terapia”.
            Ao longo dos anos, a tecnologia foi compartilhada com profissionais da reabilitação, que perceberam que os efeitos da ausência da gravidade eram semelhantes aos problemas físicos em pacientes com paralisia cerebral e outras condições neurológicas. Por essa razão, decidiram adaptar o suit para os tratamentos. O Protocolo PediaSuit é hoje o mais moderno e foi aperfeiçoado por um brasileiro que mora nos Estados Unidos. Leonardo de Oliveira é pai de Lucas, que teve paralisia cerebral quando criança e, por isso, o pai desenvolveu o protocolo em conjunto com uma equipe de profissionais terapeutas para aperfeiçoar os protocolos existentes até então.

Sobre o CGRN

            O Centro Goiano de Reabilitação Neurofuncional (CGRN) nasceu do sonho da fisioterapeuta Silvana Vasconcelos após retorno dos Estados Unidos, onde fez mestrado e aprendeu o Protocolo PediaSuit. Atualmente é referência no Centro-Oeste nos atendimentos com o protocolo e promove treinamentos e palestras em vários estados do Brasil como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, e até em outros países, como Bolívia. O espaço foi inaugurado em 2015 em Goiânia e conta com equipe de três fisioterapeutas, uma terapeuta ocupacional, duas fonoaudiólogas e uma psicóloga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário