terça-feira, setembro 22, 2015

Autonomia para crianças

Pesquisa canadense mostra crianças que se desenvolvem de forma mais autônoma tem um 
melhor desempenho cognitivo e na hora de resolver problemas depois de adulto.  
Nesta terça-feira, 22 de setembro, psicóloga aborda temática para pais.


            Em nome da proteção, da comodidade e até do privilégio, muitos pais inibem os filhos de resolverem coisas que poderiam fazer sozinhas. É comum deparar-se com crianças bem estimuladas - fazem inglês, aula de dança, aula de música, mas que não sabem amarrar o cadarço do sapato, escovar os dentes, ou arrumar a própria cama, sozinhos. Também não conseguem fazer tarefas escolares porque se acostumaram a receber respostas prontas da família.
            Entretanto, a autonomia deve ser estimulada desde que as crianças são bem pequenas e, em todos os ambientes em que convive, seja como cooperadoras nas tarefas, seja como participantes ativas nas conversas da família ou em suas atividades intelectuais. O assunto será debatido no 2º Falando de Criança, programa de orientação aos pais, desenvolvido pela escola de inglês para crianças Learning Fun. O encontro está marcado para esta terça-feira (22 de setembro), às 19 horas.
            Na oportunidade, a psicóloga graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Barbara Ferreira Borghi, irá palestrar sobre o tema “Relação pais e filhos: educando para a autonomia”. Bárbara comenta que é importante ensinar a autonomia aos filhos mesmo quando ainda são bebês. Tente envolver a criança nas pequenas escolhas do dia-a-dia, como decidir a roupa que quer vestir ou a sobremesa de um almoço. “De forma gradual e sempre respeitando os limites da idade, é possível estimulá-lo para a autonomia, que irá se desenvolver na medida em que ela alcança novas conquistas”, diz.
            A psicóloga pondera, no entanto, que é preciso entender a  linha tênue que separa autonomia e rebeldia, ou seja: não é porque tem independência que pode fazer tudo o que deseja. “O importante é conduzir o filho a ter comportamentos adequados, de acordo com cada situação”, afirma. Barbara ressalta que, algumas vezes, pais confundem autonomia com falta de limites. “Isso é recorrente em consultório, pais que não aprendem a dizer ‘não’ aos filhos”, explica. Tal situação só atrapalha o desenvolvimento da criança, já que ela aprende a ter tudo sempre à mão, e a não lidar com a negativa das pessoas quando deseja algo. Quando autônoma, ela aprende que nem sempre as pessoas irão estar dispostas a servi-las, aprendizado que ela irá assimilar mais ainda depois de adulto.
            A diretora da Learning Fun, Gabriela Morais, explica que o encontro Falando de Criança, é um petit comitè, para apenas 30 mães. Após a palestra, há espaço para tirar dúvidas, trocar experiências, promovendo assim um ambiente de debate qualitativo. “Nossa intenção é sermos parceiros da família no processo educativo”, diz ela, que também é psicóloga e educadora bilíngue.
            Ela lembra que a pessoa que não tem sua autonomia estimulada desde a infância, corre grande risco de se tornar um adulto frustrado, porque não aprendeu a se esforçar para alcançar seus objetivos e a contornar os obstáculos e frustrações que, porventura, surgem.


Pesquisa
            Um estudo realizado na Universidade de Montreal com 78 mães e filhos mostrou que, quando elas dão autonomia às crianças, há um impacto positivo na função executiva, ou seja, em um dos pilares do desenvolvimento cognitivo.
            Tal função engloba a memória de trabalho, raciocínio, capacidade de resolução de problemas e flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planejamento e execução de atividades. Para chegar ao resultado, as famílias em questão foram visitadas em duas ocasiões: quando a criança tinha 15 meses e depois, ao completar 3 anos.
            Durante a primeira visita, foi pedido à mãe que ajudasse o filho a completar uma tarefa com um nível de dificuldade consideravelmente alto. Essa atividade durava cerca de 10 minutos e foi gravada em vídeo para que os pesquisadores pudessem analisar o tipo de suporte materno. Ou seja, se ela o encorajava, se era flexível, se incentivava e respeitava o ritmo da criança. Quando as crianças completaram 3 anos, os cientistas, por meio de uma série de jogos adaptados, avaliaram a força da memória de trabalho e da capacidade de pensar sobre vários conceitos simultaneamente. Aquelas que obtiveram melhores pontuações tinham mães que ofereciam um suporte consistente ao desenvolvimento de sua autonomia.

Sobre a Learning Fun
            Criada em 1994, o método de ensino de inglês Learning Fun está presente em mais de 10 estados brasileiros, em um total de 35 escolas.  Em Goiânia, a escola foi fundada em 2014 e oferece aulas para crianças de até seis anos de idade.

2º Falando de Criança - programa de orientação aos pais
Data: Terça-feira (22 de setembro)
Hora: 19 horas
Local: Sede da Learning Fun, na rua 30, no setor Marista, nº 320

Nenhum comentário:

Postar um comentário