sexta-feira, março 10, 2017

“Cortisol em falta ou excesso influencia na performance cotidiana”, afirma médico

Segundo médico do esporte, Amir Saado, as alterações nos níveis do 
hormônio no organismo podem atrapalhar processo de emagrecimento 
ou ganho de massa, além do risco de desenvolver depressão.


            Perder peso depois de notar o aumento de alguns quilos na balança não é tarefa fácil e não há receita milagrosa. Ainda assim, algumas pessoas acabam percebendo, depois de um considerável tempo de luta para reduzir medidas, que mesmo cumprindo todas as etapas da dieta e do programa de exercícios os resultados teimam em não aparecer. Segundo o médico do esporte e pós-graduado em Endocrinologia e Nutrologia, Amir Saado, isso pode estar relacionado aos níveis do hormônio cortisol.
            Ainda que invisível aos olhos, a produção dessa substância pelas glândulas suprarrenais é responsável por auxiliar o organismo no controle do estresse, na manutenção dos níveis adequados de açúcar no sangue e da pressão arterial, dentre outros fatores. Diretamente relacionados à nossa atividade diária, os níveis de cortisol variam conforme a rotina de cada um, ou seja, são maiores pela manhã ao acordar e vão diminuindo ao longo do dia na medida em que o corpo se prepara para repousar à noite. 



            Mas se algum fator interfere nessa balança os resultados podem ser drásticos. “Todos os dias eu recebo no consultório pessoas que não conseguem ganhar massa muscular, perder gordura ou emagrecer de forma geral, não conseguem dormir bem nem acordar dispostas e tudo isso tem relação com o nível de cortisol. Seja em excesso ou muito baixo, ele influencia diretamente nossa vida cotidiana”, relata Amir Saado.

            Quando elevado, o cortisol pode acarretar perda de massa muscular, aumento de peso, interferir no crescimento, desregular a menstruação em mulheres e até causar dificuldade de aprendizado. A ingestão em excesso de substâncias, como a cafeína, e situações de estresse que ativam mecanismos de defesa no organismo também pode incrementar a presença do hormônio no sangue. Já a redução da substância acarreta fadiga, cansaço e fraqueza muito facilmente mascarados como consequências da rotina pesada de exercícios e as restrições de determinados regimes alimentares planejados para o emagrecimento. Em casos mais graves o indivíduo pode desenvolver até mesmo quadro de depressão, por isso é importante o acompanhamento médico não apenas ao iniciar o processo em busca da forma desejada, mas também durante o trabalho e especialmente quando algo parece fora do comum. “Muitas vezes o paciente está com a dieta e o treino certos, mas a ação do cortisol põe tudo a perder”, finaliza Saado.

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